Precisando de ajuda

Para ampliar o número de sorrisos

A falta de recursos fez o projeto Tholl Alegria reduzir atendimentos a casas de saúde e asilos da cidade

Jô Folha -

No espelho, enquanto a maquiagem toma forma, o artista se prepara para levar momentos de carinho e alegria ao próximo. O processo de pintura leva cerca de uma hora e meia, exigindo sensibilidade e criatividade para os traços no próprio rosto. Porém, não é apenas a aparência do artista que muda, dando lugar a um personagem; durante este tempo, existe uma preparação psicológica e emocional. Pelo menos duas vezes por mês esta é a rotina de integrantes do Tholl antes de chegarem à Beneficência Portuguesa. A rotina até poderia ser mais intensa e chegar a outras casas de saúde, como já ocorreu em outras oportunidades, se não fosse a falta de recursos.

A ação é desenvolvida de forma voluntária, através do projeto Tholl Alegria. Os artistas vão até o hospital como forma de tentar levar um momento de descontração e arrancar sorrisos de pacientes, acompanhantes e profissionais da área da saúde.

Em poucos minutos, a ala Santo Antônio é tomada de cor e vida com a presença dos palhaços nos corredores e quartos do hospital. Aos que é possível são distribuídos abraços, para outros piadas ou apenas perguntas: “ Estão cuidando bem da senhora?”, gestos simples e capazes de trazer ânimo. Maria das Graças Monte, 65, internada com uma infecção respiratória, ficou emocionada com o carinho que recebeu dos palhaços. Já Franciele Legonio, 31, internada há 24 dias em razão de uma pneumonia, relata que já tinha ouvido falar deste tipo de ação, mas estar na perspectiva de quem recebe a fez perceber a importância do ato.

Depois da pausa, a retomada
O projeto nasceu inspirado em um grupo paulista chamado Doutores da Alegria, que realiza um trabalho de recuperação de pacientes através da alegria e do humor. Em Pelotas, o Tholl Alegria funcionou de 2012 a 2015, em diferentes hospitais, creches e asilos. No período, conquistou o Prêmio Movimento, da Secretaria Municipal de Cultura (Secult), que reconhece projetos sociais da cidade. Porém, por falta de recursos as atividades ficaram um ano paradas. O projeto foi retomado este ano, apenas na Beneficência Portuguesa, e com um número ainda baixo de ações mensais, já que todo o processo envolve diferentes gastos, mantidos pelos próprios artistas.

Trinta pessoas se revezam nas atividades. Normalmente, cada visita conta com três palhaços. Isis Vasconcelos, 33, é a palhaça enfermeira. A personagem dos palcos virou também profissão regular, e é daí que tira seu sustento e o investimento da maquiagem para o projeto. Para facilitar a interação com pacientes, ela carrega junto do figurino uma ambulância de brinquedo. Já os palhaços Dionatha Machado, 19, e Thales Souza, 17, precisam contar com a ajuda dos pais para se manterem e permanecerem no projeto.

Mais atendimentos
Para que o Tholl Alegria possa ampliar o número de visitas e expanda o projeto para outros hospitais, asilos e creches será preciso o apoio da comunidade. O coordenador do Tholl Alegria, Fábio Marques, ressalta a necessidade de um investimento financeiro, mesmo que pequeno. A quantia média de R$ 500,00 mensais garantiria a continuidade e a ampliação do projeto. Empresários interessados em vincular sua marca ao Grupo Tholl, ou até mesmo a população que queira ajudar com recursos ou caronas solidárias, podem entrar em contato com os integrantes pelo e-mail [email protected] ou pelo telefone (53) 8134-4274.

Onde ajudar
Locomoção: o Tholl Alegria conseguiu transporte até a Beneficência Portuguesa com o próprio hospital. Para outras ações, o investimento em táxi é bem-vindo. 

Lavanderia e manutenção: os figurinos são os mesmos dos espetáculos e após cada visita ao hospital é preciso lavagem e manutenção das roupas. Por visita são gastos cerca de R$ 60,00 com o serviço.
Maquiagem: Cada artista tem seu próprio kit. Os materiais não são baratos - o pancake, pasta branca, por exemplo, custa em média R$ 50,00.

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